Um grupo de estudantes
universitários realizou um projeto que chamou a atenção da mídia e da população
na capital da República Tcheca, Praga. Chamado de Pragulic (ulice – rua, em
tcheco), a ideia foi dar um atividade aos moradores de rua da capital europeia.
Não passa despercebido para os
visitantes que o número de moradores de rua tem crescido em capitais da europa.
Países que antes era impossível ver cenas de catadores de lixo ou adultos pedindo
esmola já se torna mais comum. Projetos sociais tentam desacelerar esse aumento,
e em Praga, estudantes da Faculdade de Estudos Humanitários quiseram dar voz a
essas pessoas.
Praga recebe mais de 5 milhões de
turistas por ano, o projeto não foi para treiná-los para falar sobre os famosos
monumentos da cidade e locais que são cartão-postal, mas um roteiro
diferenciado. O percurso é fora do eixo turístico. Na verdade, os estudantes
quiseram dar a chance dessas pessoas marginalizadas mostrar os locais que eles
frequentam, como eles veem a cidade, e como a cidade se comporta diante deles.
Cada guia cria seu próprio enredo
contanto sua história real ao mesmo tempo que caminha pelas ruas seculares da
capital tcheca. Na maioria são homens entre 35 a 60 anos, que tem estórias
interessantes para contar. Após um treinamento, eles são dividos em grupos e
passam a oferecer os passeios pelo valor equivalente a 10 dólares. Metade é
pago ao guia, a outra serve de investimento para o treinamento de outros
integrantes.
O Pragulice ganhou votação máxima
no prêmio Social Impact Award. Essa
premiação é organizada pela Universidade de Economia e Negócios de Viena. Busca
revelar projetos que ofereçam soluções para problemas sociais ao redor do globo.
Entrevistado pela rádio Praga, um
dos participantes contou como foi parar nas ruas. O Honza ou José, filho de um professor universitário que veio
do Peru, para estudar na época na Tchecoslováquia, foi preso durante um
protesto anti-regime comunista, no fim da década de 80. Sentenciado há 8 anos
de prisão, não conseguiu voltar à vida normal após essa experiência.
São diferentes relatos que chamam
a atenção dos turistas que seguem um passeio com os guias, a língua falada é o
tcheco, porém, alguns dos guias também passaram por cursos de inglês.
Ao público é uma oportunidade de escutar diferentes experiências e conhecer uma
cidade fora do eixo turístico, são
geralmente moradores de cidades vizinhas do país ou estudantes que pesquisam
assuntos relacionados a socialização ou turistas curiosos.
Apesar do número de pedintes ser
algo notado aos olhos de quem passeia pela capital tcheca, ao menos não há
crianças pedintes. O moradores de rua na verdade não chegam para pedir
dinheiro, eles ficam parados com um copo na mão, esperando dos transeuntes um
ajuda. No inverno, período em que a temperatura desce até menos 15 graus, eles
são colocados em abrigos financiados por instituições sociais, caso contrário
morreriam no frio. A maioria deles também teve envolvimentos com drogas ou
estão em tratamento.
Praga é uma capital pequena, com
10 milhões de habitantes. O país entrou para a União Europeia em 2004,
festejando este ano 10 anos dentro do acordo, a língua oficial é o tcheco.
Passou 40 anos no regime comunista (1948-1989) e hoje abre as portas para o
turismo. Faz parte do Tratado de Schengen, o que permite ao turista permanecer
até 90 dias sem necessidade de visto, é necessário ter um seguro de viagem que cubra o
período de estadia.
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